Numa noite de ventos secos,
coberta pelo crepúsculo de desejos libidinosos
bocas meladas de veneno
te colocaram contra mim
fazendo da sua consciência
um balde velho de uma construção qualquer.
Antes de tudo eu queria me vê em seus olhos,
olhos foscos cercados de disfarces,
demasiadamente perto do engano de me fazer.
O rosto da inocência coberto com gotas de malícia,
foi transfigurado por algumas poucas palavras ditas
antes do portão de embarque,
o que de grandioso almejei vê em seu peito
se rendeu a uma pequena regência verbal.
Aquele manto empreguinado de falsas idéias
a respeito da chama
que minha alma saboreia em sua entranhas
te cobriu com um inquestionável facilidade
O frio da incerteza trazido por bocas
que outrora alimentavam meu ego
hoje habita o espaço compreendido
entre os limites do seu corpo.
Eu te dei uma mão, um pulso
e um coração incompreendido,
Julgado por lábios indignos,
que eu execro, amaldiçôo
e abomino diante da sórdida inveja.
As bocas, lábios e línguas
minha excessiva repudia,
ao que você diz sentir por mim
minhas condolências, meus pêsames.
Por Rodrigo Paulino. ©2010